domingo, 14 de julho de 2013

Glucagon


          Os hormônios são muito importantes na regulação do organismo humanos, de forma geral, e o diabetes tem total relação com um deles, a insulina. Outro hormônio que se relaciona com o diabetes é o glucagon, também secretado pelo pâncreas, porém ao invés de ser secretado pelas células β, quem o faz são as células α. E além do pâncreas,ele também é secretado pelas células L do intestino. Tanto a regulação da secreção das células α e L como o efeito biológico de seus produtos de secreção são diferentes. Enquanto a hipoglicemia estimula a secreção do glucagon pancreático, a liberação do glucagon intestinal ocorre em resposta ao aumento pós-prandial da glicemiaEsse aumento da secreção de glucagon intestinal cumpre o papel de modulador positivo da secreção de insulina em resposta à absorção intestinal da glicose.

        Na verdade, o GLP-I de origem intestinal, e não o glucagon liberado pelas células α da ilhota, é o responsável pelo efeito insulinotrófico. Ele é também um potente inibidor de esvaziamento gástrico e do apetite, retardando a absorção de glicose e prevenindo sua entrada pela nova ingestão. Por meio da estimulação da secreção da somatostatina( células D do pâncreas endócrino), ele inibe a secreção do glucagon pancreático e , portanto, suprime seu efeito glicogenólico sobre o fígado, contribuindo para diminuir a glicemia. Pelo contrário, o glucagon pancreático produz hiperglicemia como conseqüência do estímulo da glicogenólise e da gliconeogênese hepática.
    O glucagon possui receptores localizados na membrana celular, cujas propriedades (afinidade,especificidade,saturação) são similares às dos receptores da insulina. Existem, porém, características que lhes são próprias, relacionadas tanto à molécula hormonal como à qualidade do receptor e seu mediador. No hepatócito, ele ativa a glicogênio-fosforilase e estimula, dessa forma, a degradação de glicogênio e a liberação de glicerol e ácidos graxos para o compartimento extracelular.
        Ao contrário da insulina, ele é um hormônio que estimula a degradação de macromoléculas depositadas em diversos tecidos e libera produtos ao sangue, tais como a glicose e ácidos graxos, utilizados como substratos oxidáveis para a obtenção de energia. Essa ação antagônica do glucagon em relação à insulina o converte em um fator importante para manter a homeostase durante o jejum, quando o aporte de princípios nutritivos exógenos está suprimido, ou em situações de estresse.
          Pessoas não portadoras de diabetes possuem uma secreção destes hormônios balanceada, ou seja, uma regula a outra e mantém os níveis de glicose no sangue dentro da normalidade. Já os diabéticos têm um defeito em algum destes mecanismos que torna a glicemia sanguínea altamente instável, abaixando e elevando-se a níveis perigosos a curto, médio e longo prazo. É importante lembrar que o diabetes se relaciona com o problema nas células β e que o glucagon continua agindo a fim de manter a homeostase do organismo. Assim, em diabético sas células α pancreáticas são insensíveis à glicose, mesmo na presença de grandes quantidades de insulina circulante(no caso da resistência insulínica) ou na ausência de insulina circulante.
#vamossalvarvidas, Marlua Leite 


CINGOLANI E. Horacio, HOUSSAY B. Alberto. Fisiologia Humana, 7ª edição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe suas dúvidas e comentários sobre o blog :)